O Tarantismo, hoje considerado como um fenômeno interessante de origem histórico-cultural, tomou forma no sul da Itália, particularmente no sul da Puglia, na zona do Salento, a partir da Idade Média e durou muito tempo até quase desaparecer nos anos de 1970. Esse fenômeno se manifestava através do início de um “ataque” histérico-convulsivo causado pela picada de uma aranha, seguida de um ritual terapêutico doméstico, de origem popular, que consistia em acompanhar a pessoa “picada pela aranha” com uma determinada música e certas cores, em uma dança frenética característica, para levá-la à “cura”. Após a década de 1970, esse fenômeno não foi mais discutido, provavelmente porque estava associado ao atraso econômico e cultural da maior parte da população. O fenômeno do Tarantismo, portanto, desapareceu na qualidade original de manifestação do mal-estar social e de ritual terapêutico para renascer, na última década, como tradição cultural e étnica que do antigo rito deriva a força libertadora da música e da dança. O Tarantismo, com seus fortes valores simbólicos, deu origem a novas reinterpretações sobre a função psicossocial de determinados fenômenos e sobre as formas de desconforto psíquico, portanto, desencadeou novas questões por meio de uma troca interdisciplinar entre antropologia, etnografia, psiquiatria e psicologia. Palavras-chave: Tarantismo. Cultura. Etnopsiquiatria. Deficiência. Inclusão

NA ITÁLIA MERIDIONAL, A ARANHA DA LOUCURA… ENTRE RAÍZES, ARQUÉTIPOS, CULTURAS E DEFICIÊNCIA1 IN SOUTHERN ITALY, THE SPIDER OF MADNESS… AMONG ROOTS, ARCHETYPES, CULTURES AND DISABILITIES

Grazia Lombardi
2020

Abstract

O Tarantismo, hoje considerado como um fenômeno interessante de origem histórico-cultural, tomou forma no sul da Itália, particularmente no sul da Puglia, na zona do Salento, a partir da Idade Média e durou muito tempo até quase desaparecer nos anos de 1970. Esse fenômeno se manifestava através do início de um “ataque” histérico-convulsivo causado pela picada de uma aranha, seguida de um ritual terapêutico doméstico, de origem popular, que consistia em acompanhar a pessoa “picada pela aranha” com uma determinada música e certas cores, em uma dança frenética característica, para levá-la à “cura”. Após a década de 1970, esse fenômeno não foi mais discutido, provavelmente porque estava associado ao atraso econômico e cultural da maior parte da população. O fenômeno do Tarantismo, portanto, desapareceu na qualidade original de manifestação do mal-estar social e de ritual terapêutico para renascer, na última década, como tradição cultural e étnica que do antigo rito deriva a força libertadora da música e da dança. O Tarantismo, com seus fortes valores simbólicos, deu origem a novas reinterpretações sobre a função psicossocial de determinados fenômenos e sobre as formas de desconforto psíquico, portanto, desencadeou novas questões por meio de uma troca interdisciplinar entre antropologia, etnografia, psiquiatria e psicologia. Palavras-chave: Tarantismo. Cultura. Etnopsiquiatria. Deficiência. Inclusão
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Utilizza questo identificativo per citare o creare un link a questo documento: https://hdl.handle.net/11576/2746490
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